Quando estamos juntos em duplas de amigos, casal homo ou hetero afetivo, psicoterapeuta e cliente ou qualquer combinação de agrupamento de pessoas, existe sempre uma tendência à valorização, supremacia ou dominação de uns em relação aos outros. Esse fenômeno é facilmente observado em qualquer agrupamento humano e de mamíferos na natureza, além de no ambiente domestico. Visivelmente, é assim que se comportam os leões, leões marinhos, macacos, elefantes, cachorros, gatos e humanos. Inclusive, Charles Darwin (autor de A Origem das Espécies, 1859) e outros estudiosos da biologia apontam que a competição agressiva dos machos disputando fêmeas e o maior interesse das fêmeas por machos que exibem características de poder ou beleza é intrínseco ao processo de Seleção Natural de fortalecimento biológico das espécies.
Então, essa tendência à valorização, supremacia ou dominação é natural e normal, tanto para animais quanto para humanos. A história da humanidade é marcada, desde sempre e certamente para sempre, por lutas e guerras na tentativa de certos grupos de impor seus interesses, de dominar outros grupos e de incorporar para formar grupos maiores. Foi assim que se formaram os países que conhecemos hoje em dia. Essa tendência tem vários graus, desde a escravidão e outras formas de impor interesse e subjugar até o controle sutil, quase não perceptível, e é um fenômeno extremamente potente na natureza de várias sociedades do reino animal.
Eu diria que, extraordinariamente, a Abordagem Centrada na Pessoa (ACP) busca ir em direção contrária a essa tendência natural e potente: a dominação. Talvez a ACP raramente tenha êxito completo, mas, nessa tentativa, já se cria uma configuração entre os humanos muito diferente das configurações que vários agrupamentos humanos normalmente estabelecem. A configuração humana que a ACP estimula talvez seja algo próximo, em teoria, do comunismo utópico ou perfeito: uma configuração em que ninguém é mais importante que ninguém e todos são respeitados pelo que são capazes de oferecer e recebem de acordo com suas necessidades.
Embora, em vários momentos da história humana, houve movimentos políticos que defendiam configurações sociais com ideais igualitários, parece que aquela velha natural e potente tendência prevaleceu. Entretanto, nos Grupos de Encontro dos fóruns e conferências da ACP mundo a fora, momentos de igualdade, respeito e apreciação mútua são criados, e os participantes gozam de um estado extraordinário de êxtase de amor universal entre si e entre todos. Vejo que alguns, incluindo eu mesmo, participam desses encontros frequentemente buscando uma espécie de refúgio da vida competitiva e estressante normal do dia a dia.
Entendo também que, no atendimento psicoterápico, seja ele individual, em casal, familiar ou em grupo, o bom profissional da ACP atue de forma a estimular a criação de um clima em que haja espaço e oportunidade para relacionamentos que respeitem a opinião e posição do outro e diminuam a tendência de dominação. Assim, à medida que a psicoterapia estimula a criação desse clima ou configuração relacional entre as pessoas, sentimentos favoráveis à compreensão, aceitação e insights construtivos são favorecidos, e é dessa forma que a psicoterapia da ACP atua.
Sendo assim, estar junto de uma forma especial, sem que uns tentem impor aos outros seus interesses, ou seja, sem tentar dominar, mas contrariamente, todos respeitando as diferenças e até oposições, é uma das principais essências que caracteriza a Abordagem Centrada na Pessoa.
Carl Ransom Rogers (1902-1987) é considerado o primeiro psicólogo americano a gravar sessões psicoterapêuticas com as devidas permissões e é o fundador da Abordagem Centrada na Pessoa. Através dessas sessões gravadas está exposto publicamente o seu modo de fazer psicoterapia e ser psicoterapeuta. Ele costumava responder aos clientes, de modo sumarizado, usando as mesmas palavras ou com palavras similares às que o próprio cliente acabara dizer, como meio de se conectar ao cliente. Assim, ele procurava verificar se estava compreendendo o cliente. Ele facilitava para o cliente o livre fluir de sentimentos, pensamentos, lembranças, elaborações e expressões, pois, notadamente, o cliente sentia sensível segurança na relação com o psicoterapeuta, na medida em que nada de diferente do que o cliente tinha dito ou expressado era trazido na relação. E, quando acrescentava, era algo deduzido ou sentido por ele a partir do que foi expresso verbalmente ou não pelo o cliente. O que ocorria era que, quando o cliente ouvia quase exatamente o que acabara de dizer, e de modo empático e respeitoso, ele se sentia compreendido, respeitado e, às vezes, até amado. A expressão facial do doutor Rogers procurava indicar ao cliente que seus sentimentos eram semelhantes aos do cliente. O cliente, ao escutar de volta o que ele próprio acabara de dizer, refletia sobre o que tinha dito de forma mais profunda e, assim, muitas vezes, ele encontrava novos achados como explicações, desdobramentos e fatos esquecidos ou ainda não conectados. Eu suponho que isso se dá porque, no momento em que expressamos algo, nosso processamento mental está parcialmente ocupado pela produção das expressões e, consequentemente, a análise simultânea fica prejudicada. Contrariamente, quando escutamos e percebemos de outra pessoa o que falamos e expressamos, temos a nossa mente mais livre ou menos ocupada e, consequentemente, estaremos em melhor condição para compreender, aceitar, analisar criticamente e considerar alternativas.
Rogers procurava demonstrar ao cliente que era uma boa companhia para se estar junto quando se está refletindo sobre as dificuldades e sofrimentos. Para tanto, Rogers tentava acolher as palavras e os sentimentos do cliente sem qualquer tipo de análise, crítica ou censura. Assim, o cliente, ao perceber que não havia qualquer rejeição ao seu posicionamento diante da vida, entendia que não havia qualquer defesa ou justificativa a ser feita, só lhe restando avançar no seu discurso na sua auto compreensão e, consequentemente, progredir no autoentendimento. Dessa forma, a partir do sentimento de segurança gerado na relação, o cliente rebaixava a defesa, em seguida a autocensura e ficava encorajado a vivenciar e revelar o que não seria permitido normalmente junto ao outro.
O doutor Rogers não indicava aos clientes o que fazer ou como fazer, ele preferia priorizar a melhor identificação dos sentimentos dos clientes frente ao discurso desenvolvido, de modo que eles pudessem ajustar ou sintonizar os sentimentos com os discursos. Rogers considerava que uma das principais causas de problemas psicológicos é o distanciamento entre as emoções e racionalidades correspondentes.
Carl Rogers procurava demonstrar que estava presente nos dramas dos clientes e oferecia ambiente seguro, propiciando liberdade e confiança a eles para que explorassem ao máximo, e em todas as direções, os seus dramas. Quando os clientes faziam perguntas ou expunham problemas esperando que Rogers lhes respondesse, ele agia de modo tal a produzir uma situação que o próprio cliente encontrava ou desenvolvia respostas ou soluções. Diante das perguntas de seu cliente, Rogers costumava fazer um tipo de silêncio ou algumas observações que demonstrava seu grande interesse e expectativa em saber o que cliente iria dizer ou se manifestar proximamente. A situação de impasse pela falta de resposta, silêncio e expectativa de qual seria a reação do cliente criada por Rogers indicava que ainda era vez de o cliente de se manifestar e não do terapeuta. Assim, Rogers estimulava os clientes a desenvolver, manifestar e ampliar respostas como saídas para esses impasses.
Rogers procurava não diminuir o grau de gravidade que o cliente percebia de seus problemas ou situações, mesmo quando diante do senso comum a gravidade fosse pequena. Ele fixava seu olhar no cliente e mantinha um estado de concentração absoluta em tudo que o cliente dizia e expressava corporalmente; então, sumarizava o que o cliente tinha expressado e indicado por expressões faciais e corporais demonstrando que ele estava alinhado e solidarizado com os sentimentos do cliente. Muitas vezes quando tinha dúvidas com relação ao que o cliente estava dizendo ou sentindo, elaborava hipóteses de compreensão para serem aprovadas ou reprovadas pelo cliente e aguardava. Dessa forma, a produção de hipóteses, estimulava o cliente a melhor entender e vivenciar as suas questões e, consequentemente, a diminuir dúvidas e aumentar a segurança em relação às suas posições.
Às vezes, recebo em meu consultório pessoas muito deprimidas, desorientadas e perdidas em suas próprias vidas. Podem ser pessoas viciadas em drogas, que até tenham tentado suicídio e já estejam sob tratamento psiquiátrico. Nessa condição, elas podem apresentar olhar vidrado, movimentação e fala letárgicas e prostração. Nesses casos, muitas vezes, a pessoa fala pouco e, quando fala, é repetitiva, pois geralmente está com pensamentos fixados em acontecimentos dramáticos, reais ou imaginários de sua vida e numa perspectiva negativa para encontrar boas saídas ou soluções.
Nessas horas, costumo me perguntar, em pensamento, “e agora, o que eu faço?”, e a resposta não pode ser outra: “se vira nos cinquenta!” (o tempo da minha sessão é usualmente de cinquenta minutos). Então, para ajudar a pessoa a sair do seu silêncio ou da repetição, uma das possibilidades é fazer perguntas fora do contexto de seu drama principal, por exemplo, perguntas sobre a infância e adolescência dela. No entanto, muitas vezes, ela continua repetindo histórias, e então eu procuro insistir nas perguntas para fora do centro mais dramático e dolorido do momento. Assim, na periferia dos problemas, às vezes encontro alguma brecha, alguma alegria na tristeza, alguma coisa que lhe seja agradável e a faça desejosa de acontecer, ou alguma coisa que goste de fazer. E, achar alguma alegria, um alento para vida ou qualquer coisa positiva na periferia dos problemas, pode ser como achar uma brecha de luz na escuridão ou abertura para a esperança de dias melhores.
A partir de uma ou mais brechas encontradas, posso improvisar e propor à pessoa um plano de recuperação gradativa para ela voltar a desfrutar da vida e fazê-la valer a pena. Uma possibilidade de plano de recuperação, que ajuda a pessoa a se desfocar dos problemas atuais e sofrimentos próprios, pode ser a proposta de começar a ouvir mais os outros do que falar de si mesma. Seria propor ao cliente conversar mais com as pessoas disponíveis, mas não para falar de si mesmo, e sim para perguntar sobre a vida delas e se interessar por qualquer coisa que as outras pessoas dissessem. Ouvir o outro e entrar no mundo do outro, alivia-nos do peso do nosso mundo e, além disso, o outro gosta. Digo isso porque é exatamente o que acontece comigo mesmo, como psicoterapeuta.
Se, ao final da sessão, o cliente demonstrar, mesmo que discretamente, algum alívio de seu sofrimento ou alguma ponta de esperança, pode ser que aquela sessão tenha sido produtiva e tenha contribuído no sentido da recuperação da saúde e felicidade do cliente.
Outro dia, um taxista me perguntou pouco antes da minha saída de seu veículo: “O que faz o psicólogo?”. Eu, surpreendido com a inesperada e repentina pergunta, fiquei gaguejando uma tentativa de resposta simples e rápida, até que saiu de improviso: “Ele tenta entender a razão do outro”. Mais tarde, acabei me dando conta de que essa resposta seria mais apropriada para a pergunta: “O que faz, especialmente, o Psicoterapeuta Centrado na Pessoa?”.
Agora, desenvolvendo um pouco mais aquela resposta, eu diria que muitas pessoas tentam demonstrar, o tempo todo, que estão certas em relação a tudo que pensam e fazem e, à medida que elas convencem mais pessoas, mais convencem a si mesmos e se satisfazem. Mais que isso, cotidianamente, essas pessoas tentam provar que enquanto estão certas, as outras estão erradas e, quando são contestadas, frustram-se e se enfurecem. Assim, muitas pessoas vivem em conflito umas com as outras, pois quando cada um entende que está unicamente certo, e os restantes errados, só pode haver sentimentos generalizados de frustração e raiva.
Por outro lado, o Psicoterapeuta Centrado na Pessoa procura atuar de uma forma quase que inversa ao padrão acima descrito. Esse psicoterapeuta procura abster-se da tendência humana de querer convencer que suas razões são melhores do que as dos outros, que, nesse caso, são os clientes. Em vez disso, ele procura compreender as razões e os pontos de vistas dos clientes e, ainda, aceitar os clientes assim como eles se apresentam, sem lhes impor condições. Esse psicoterapeuta procura deixar de lado as suas próprias convicções para aceitar as dos clientes e procura demonstrar a eles que compreende as razões deles, quase tão perfeitamente quanto eles próprios. Então, essa forma de atuar pode promover nos clientes deslocamentos da posição costumeira de defesa e ataque para uma posição de abertura emocional e cognitiva, o que acabaria por favorecer um processo de evolução de sentimentos que contribuiria para o progresso pessoal. Ou seja, à medida que os clientes ficam libertos de forças reacionárias de autoproteção e ataque, abrem-se naturalmente para novos sentimentos, compreensões e racionalidades. Assim, ficam facilitados avanços de concepções na consciência e, consequentemente, mudanças comportamentais favoráveis.
Em outras palavras, o que faz especialmente o Psicoterapeuta Centrado na Pessoa é procurar oferecer condições para que seus clientes abdiquem de defender suas convicções e de atacar as dos outros para que seja aberto espaço para a vivência de novas percepções e sentimentos. Assim, outras e novas compreensões podem ser delineadas na consciência, possibilitando mudanças de atitudes e comportamentais. Isso pode ocorrer por consequência dos sentimentos provenientes das opiniões antes defendidas com unhas e dentes cederem espaço para novos sentimentos e compreensões, criando oportunidades para que autocríticas sejam desenvolvidas pelos próprios clientes. Então, uma das principais características do Psicoterapeuta Centrado na Pessoa é a ênfase na promoção de um tipo de relacionamento humano, de certa forma incomum, que um (o psicoterapeuta) procura não contestar os argumentos do outro (o cliente) e sim aceita-los como o ponto de vista do outro. Dessa forma, os clientes se sentem respeitados e aceitos como pessoas incondicionalmente, ou seja, como pessoas respeitáveis independentemente de seus pontos de vista e convicções. Essa dinâmica de relacionamento humano é incomum, extraordinária e terapêutica, e sua promoção é característica especialmente do Psicoterapeuta Centrado na Pessoa.
A Abordagem Centrada na Pessoa (ACP) tem sido algumas vezes criticada por englobar um modo de fazer psicoterapia que aparentemente é sem direção. Pois, desse modo, a psicoterapia centrada na pessoa pareceria ser algo descuidado, descompromissado, sem critérios de qualquer ordem social, moral e inclusive de ciência psicológica e, assim, sem valor. A denominação de psicoterapia não-diretiva surgiu com os trabalhos iniciais de Carl Rogers para diferenciá-los em oposição aos modos mais usuais de fazer psicoterapia à base de perguntas, interpretações e aconselhamento. Entretanto essa denominação, que foi devida ao estereótipo comportamental do psicoterapeuta, pouco define e esclarece o que sustenta esse modo de psicoterapia.
Para a ACP, a psicoterapia é um processo de auto-saneamento e liberação interna de angústias e confusões que geram inseguranças e ou sofrimentos que, por sua vez, dificultam o funcionamento adequado e auto-determinado da pessoa. Conduzir o cliente na direção que o psicoterapeuta entende por ser a mais adequada seria danoso na medida diminui no cliente a confiança no seu próprio julgamento, realimentando, assim, um ciclo vicioso de insegurança e dependência. Então, contrariamente, o psicoterapeuta da ACP busca promover no cliente a sensação de competência para avaliar, julgar e decidir suas questões por si próprio. Nesse processo de promoção é fundamental, na interação com o cliente, que o psicoterapeuta busque diminuir ou abster-se de julgar a qualidade e o valor do que o cliente apresenta no seu discurso. Por outro lado e comitantemente, este psicoterapeuta procura maximizar a sua presença, junto ao seu cliente, acompanhando-o vivencialmente nas suas experiências na medida em que se apresentam. Assim, o psicoterapeuta colabora como um facilitador para que a Tendência Atualizante, a tendência natural e universal dos seres para a sobrevivência, superação e desenvolvimento concebida por Rogers, prevaleça no sentido do melhor tratamento dos problemas e dificuldades em busca do bem estar. Então, essa forma de atuar pelo psicoterapeuta da ACP que abstém de dar opiniões, conselhos e interpretações, apesar da aparência de ter poucas intervenções, pode ser capaz de provocar forças internas e naturais nos clientes, de grande poder.
A forma de atuar do psicoterapeuta da ACP é na verdade uma forma cuidadosa, meticulosa e criteriosa de atuar no sentido de facilitar e promover a Tendência Atualizante para que esta atue em favor deste cliente. Não se trata então de deixar de atuar ou de não haver direção, mas de atuar de uma forma sutil e delicada que poderá ser mais efetiva e significativa ao cliente do que qualquer outra. É, de certa forma, um modo revolucionário e difícil de interagir com o outro, pois normalmente e naturalmente, no contato, busca-se uma posição de maior poder, opinando para demonstrar sabedoria e razão. Abrir mão da razão, do poder e do controle não é fácil, e só é possível quando se coloca o interesse do outro acima de tudo, acima do interesse natural de ter a razão.
Concluindo, o psicoterapeuta Centrado na Pessoa não deixa a sessão “rolar ao léo”, mas sacrifica a própria razão para que o seu cliente possa criar, fortalecer e se reorientar pela razão dele. Pois esse psicoterapeuta acredita que todo ser humano tem em potencial uma força natural de solução e desenvolvimento capaz de produzir os melhores resultados sob medida a este ser, e que não pode ser encontrada externamente. Além do mais, todos devem ter o direito de fazer as próprias apostas na vida, pois, no final das contas, ninguém vai querer pagar pelos riscos dos outros.
No final de uma sessão de psicoterapia, eu comentei com o cliente que aquela sessão tinha conteúdo interessante para escrever um pequeno artigo e ele me motivou dizendo que gostaria muito ver tal artigo. Nessa sessão, o cliente e eu concluímos que ele teria desenvolvido uma dissociação entre seus sentimentos e sua fala ou discurso para prevenir possibilidades de sofrimentos intensos. Esses sofrimentos entrariam no campo das possibilidades, entretanto temia muito o potencial de grande intensidade de dor a partir de vivencias de emoções causadas pela frustração, decepção, abandono e traição de pessoas próximas e em geral. Então desenvolveu a capacidade de demonstrar, por exemplo, que estava muito alegre e tranquilo na presença de pessoas quando percebia que essas pessoas poderiam causar-lhe tristeza e ansiedade. Revelar e mesmo vivenciar sentimentos dolorosos parei tanto. e . pois assim nesses momentos estaria mais vulnerável ao poder do outro em fazê-lo sofrer. Então preventivamente ele desenvolveu certa capacidade de pouco sentir seus próprios sentimentos. Entretanto, essa capacidade lhe gerava angústia acumulativa por não esvaziar seus sentimentos além de rompimentos prematuros de relacionamentos pelas frustrações causadas as pessoas e nele mesmo.
O cliente relatou que estava vivendo ultimamente com mais tranquilidade e felicidade depois que iniciamos a psicoterapia. Considerou que a psicoterapia ajudou-lhe a organizar as ideias na medida em que procurava expô-las nas sessões. Disse que já na primeira sessão, quando ele relatava para mim suas questões, parecia para ele, que eu conseguia sentir muito bem a intensidade e a qualidade das emoções do que estaria envolvido e isso, lhe causou fortes emoções. Pois, ao percebê-las em mim, as recebeu de volta, sentimentos e emoções, que originalmente deveriam ser dele próprio. Então formulamos a hipótese que a partir de então ele teria redescoberto sua conexão com o deixar sentir os sentimentos e emoções e assim estaria mais em paz consigo mesmo. E disse interessantemente como se não necessariamente acontecesse em todos os casos: “Pelos menos comigo, a psicoterapia está funcionando, eu vou continuar”.
Considerei interessante escrever este relato, pois ele me pareceu ser mais uma demonstração da eficácia de forma muito clara e evidente da teoria na prática psicoterapia Centrada Pessoa. De acordo com a teoria centrada¹, os neuróticos seria aqueles que no passado reagiram a situações psico-sociais adversas se dissociando da percepção autêntica da experiência em prol da autopreservação e, a partir de então, adotaram essa dissociação para desenvolver autoconceitos e modelos de existência. Desse modo, estariam de certa forma alienados à experiência vivida, havendo um divorcio entre a experiência e a representação da mesma. Consequentemente, esses indivíduos perderiam a tranquilidade, a autoconfiança e a eficácia e, sofreriam de angustia e perturbações psíquicas variadas por falta de referencial próprio. Então, relacionando essa teoria com o relato acima de cliente, parece haver plena e explicita correspondência.
¹ Rogers, Carl R.; Kinget, Marian; Psicoterapia & Relações Humanas; 1ª ediç., vol.1, pgs. 49 e 50; Interlivros de Minas Gerais Ltda; Belo Horizonte, MG, Brasil; 1975.
Existe uma forma particular e preferencial de resposta aos clientes oferecida pelos psicoterapeutas centrados no cliente. Essa forma preferencial de resposta ao que os clientes expressam, ou mesmo para quando ficam em silêncio, que é também uma forma de expressão, pode ser considerada característica dos psicoterapeutas centrados na pessoa. Esse tipo de resposta consiste em tentar comunicar aos clientes a melhor compreensão que fazem da compreensão que os próprios clientes têm sobre suas questões até então. Sendo assim, para esses psicoterapeutas não existe resposta melhor do que demonstrar aos seus clientes que compreendem com nitidez o que eles já entendiam por eles mesmos. Para tanto, esses profissionais se esforçam para ser o mais claro e preciso nesse sentido, ou seja, buscam perceber e expressar muito bem a compreensão que os clientes estão fazendo naquele momento de sua situação. Esse tipo de resposta é preferencial porque os psicoterapeutas dessa abordagem entendem que será assim que poderão melhor contribuir para o progresso de seus clientes, devido a diversos fatores como veremos a seguir.
Os fatores que favorecem aos clientes a partir dessa forma de resposta são vários. Entre esses é possível citar: os clientes entendem que estão sendo bem compreendidos e assim eles focam ainda mais nos seus próprios referenciais, sem a necessidade de defendê-los em relação a referenciais externos, e isso promove liberdade para autocríticas e para avanços; esse tipo de resposta esclarece aos clientes que os referenciais considerados nas questões levantadas são os deles mesmos e assim se sentem mais seguros e no controle; facilita a produção de movimentos experienciais nos clientes; contribui para que os clientes atentem para os significados mais verdadeiros dos sentimentos, na medida em que o psicoterapeuta não distorce com julgamentos os significados produzidos pelo cliente; possibilita o acesso a conteúdos dificilmente admitidos devido a julgamentos negativos recebidos anteriormente; na medida em que facilita aos clientes falar mais livremente de sentimentos que não eram bem percebidos, estes são experienciados e melhor compreendidos e aceitos; essa forma de responder ao cliente identifica claramente quem diz (cliente ou psicoterapeuta) e o que diz, e assim fica bem distinguido de quem são as impressões dos sentimentos expressos, evitando distorções na atribuição de autorias; esse modo de responder contribui para que sentimentos desorganizados e com percepção distorcida sejam mais bem reconhecidos e, então, vivencialmente suportados.
Desse modo, a resposta preferencial ao cliente na formulação da terapia centrada na pessoa é aquela em que o terapeuta se esforça para sentir, de forma mais precisa possível, o significado sentido da expressão de seu cliente e comunicar-lhe como se deu essa compreensão, de forma mais clara possível. Trata-se de processo interativo, de comunicação entre psicoterapeuta e cliente, que indica de forma clara a intenção e a capacidade de compreensão do cliente pelo psicoterapeuta e a responsabilidade deste, de forma respeitosa, de não interferir com pontos de vista, opiniões ou avaliações nas concepções até então desenvolvidas pelo cliente. Essa forma de responder dá maior abertura e espaço para o cliente tomar posição própria e clara e, sem defesas, vivenciar suas questões e dramas, sentindo-os mais plenamente e, a partir de então, evoluir. Assim, o cliente, ao perceber mais claramente o que sente, poderá encontrar melhor significado para tanto, ganhar confiança pelo autoconhecimento alcançado e se fortalecer para os enfretamentos necessários.
* Este texto é uma releitura dos parágrafos com a mesma titulação (A Resposta Centrada no Cliente) do artigo: “Procedimentos Terapêuticos no Contato com Esquizofrênicos” por Eugene T Gendlin.
É comum relatos de populares como: algumas pessoas, apesar de passarem por infâncias sofridas com abusos e injustiças ou traumas, têm muito amor para dar e conseguem ser felizes com os progressos que conquistam, enquanto, opostamente, outras que foram favorecidas e muito protegidas, por serem provenientes de famílias estruturadas e abastadas, e não passaram por tragédias acabam como infelizes coitados. Algumas vezes, nesses relatos, há a indicação quanto às diferenças da natureza dessas pessoas como: as primeiras eram mais humildes, amorosas, fraternas, agradecidas e perdoavam facilmente, enquanto as do segundo grupo eram mais orgulhosas, esnobes, rancorosas, materialistas e rígidas em princípios e valores. Então, geralmente, os relatos concluem que é possível superar todo tipo de adversidade e construir uma felicidade verdadeira e que nascer em família estruturada e abastada não garante um futuro feliz, pois a natureza das pessoas é o principal fator.
Outra discussão sobre a natureza das pessoas é atribuída às diferenças teóricas entre os famosos: o psicanalista austríaco Sigismund Schlomo Freud e o psicólogo americano Carl Ranson Rogers. Conforme sintetiza brilhantemente Gusmão*, a teoria de Freud atribuiria ao homem um conflito permanente entre forças antagônicas oriundas de impulsos naturais e principais de sexualidade e agressão que se formulam nas pulsões de vida e de morte. Assim, o homem por sua natureza, precisaria ser contido por forças internas e externas para não destruir a si mesmo e aos outros e viver em bases civilizadas. Dessa forma, podemos entender que Freud tinha uma perspectiva mais negativa do homem por sua natureza egoísta e violenta. Já a teoria de Rogers atribuiria ao homem uma capacidade latente natural de superação do mal e alcance do bem-estar individual e coletivo. Assim, o homem não teria estruturalmente uma natureza conflituosa e seria inclusive capaz de superar hostilidades externas do ambiente e se curar dos efeitos causados. Sendo assim, o homem seria naturalmente possuidor da Tendência Atualizante. Essa tendência é uma força natural generalizada no universo que se manifesta de diversas formas no sentido da organização, evolução e progresso do próprio universo. No caso dos seres humanos, essa tendência se manifestaria, também, pela inteligência criadora e pela capacidade de superar adversidades na busca do desenvolvendo de ambientes sociais de fraternidade e felicidade. Entretanto, essa tendência se manifesta por potencialidade e não por uma força absoluta. Para que essa tendência se manifeste de forma progressista nas transformações e na construção humana, são necessárias certas condições: os humanos necessitam ser compreendidos nas suas particularidades de forma profunda e plena (empatia), necessitam ser aceitos, respeitados e bem considerados e valorizados independentemente de condições como pré-requisitos (aceitação incondicional), necessitam que outros seres humanos se apresentem honestamente e em profundidade como eles são realmente em termos pessoais (congruência). Assim, mediante essas condições, naturalmente, haveria sempre progresso no ser humano e nesse sentido teríamos na teoria de Rogers uma perspectiva mais positiva do homem.
Voltando aos relatos populares conforme o citado acima, entendo que os mesmos não são bem explicados pela teoria de Freud, pois, por sua teoria, a tendência seria de agravamento do sofrimento posteriormente aos traumas infantis e uma infância poupada de sofrimentos favoreceria posteriormente. Por outro lado, a teoria de Rogers explicaria melhor esses relatos da seguinte forma: aqueles que começam a vida em condições mais difíceis ou que por eventualidades diversas passam por grandes sofrimentos, mas de alguma forma receberam ou captaram de outros serem humanos aquelas condições necessárias, progridem para a felicidade. Em contrapartida, aqueles que tiveram condições iniciais mais favoráveis e foram protegidos de muitos sofrimentos e não receberam ou não souberam obter aquelas condições necessárias, acabam tendo a tendência atualizante distorcida e sucumbindo na doença e na infelicidade.
* Gusmão, Sonia M. L. – A Natureza Humana Segundo Freud e Rogers, Trabalho apresentado ao Forum Brasileiro da Abordagem Centrada na Pessoa, Rio de Janeiro, 1996
Estudos e pesquisas têm apontado, cada vez mais, que o transtorno da depressão é resultante de uma variação complexa de interação de causas. Assim, a depressão tem sido entendida como resultante da conjunção de fatores biológicos (genéticos, desequilíbrios bio-químicos cerebrais), psicológicos (traumas, personalidade, história de vida pessoal) e sociais (cultura e relacionamentos familiar e social). Esse modo de entendimento da depressão é denominado de biopsicossocial. Ele é um modelo multidimensional, o que significa trabalhar em várias frentes simultaneamente. Assim, é considerado que o risco da depressão está associado simultaneamente vários fatores causais e que cada um afeta os demais.
Com relação aos fatores biológicos, apesar de não haver sido identificado um gen que cause a depressão, considera-se a hipótese de que haja uma predisposição genética que gera uma maior vulnerabilidade para a depressão. Essa hipótese surgiu da observação de que pessoas oriundas de famílias com histórico de depressão são mais propensas ao transtorno quando enfrentam fatores estressantes na vida. Outro fator de fundo biológico seria a relação da depressão com os hormônios. A estatística aponta que o fato de ser do gênero feminino (mulher) aumenta o risco do transtorno de duas a três vezes e isso seria em parte, em função da variação cíclica dos hormônios femininos e das mudanças hormonais da menopausa. Além disso, a depressão pode ser desencadeada ou agravada pelo uso de vários medicamentos, como efeito colateral e, pela ingestão de álcool e drogas ilícitas. Medicamentos a base de beta-bloqueadores para o tratamento do coração, corticosteróides, anticonvulsantes e a quimioterapia, entre muitos outros medicamentos, podem disparar ou agravar a depressão. O álcool, além de ser depressor, prejudica algumas das ligações neurais da mesma forma que a depressão o faz. As drogas ilícitas atuam sobre os neurotransmissores de forma variada e imprevisível com risco de danos físicos e psicológicos que podem levar à depressão.
No tocante aos fatores psicológicos, sabemos que uma infância e uma vida sofrida com traumas e dificuldades importantes tende ao desenvolvimento de vunerabildade da personalidade para depressão. Também sabemos que certos estilos de pensamentos, modos de interpretar e maneiras de reagir a experiências vivenciais são potenciadores de risco da depressão. Pessoas diferentes reagem diferentemente aos mesmos fatos ou, a interpretação de uma mesma realidade difere de pessoa para pessoa à medida que a qualidade e as formas de interpretação das vivências são afetadas por diferenças psicológicas como personalidade, temperamento, habilidades de solução para problemas, valores pessoais, entre outros aspectos pessoais. Possivelmente, entre essas diferenças psicológicas, algumas delas sejam potencialmente fatores de risco para a depressão.
Quanto aos fatores sociais, a depressão está fortemente relacionada a contextos humanos difíceis, como relações familiares e sociais geradoras de estresse e sofrimento e, a eventos traumáticos, como morte de entes queridos ou até de animais de estimação, término de relacionamentos amorosos, traições, acusações, abusos sexuais, dificuldade de aprendizagem, problemas de saúde ou qualquer perda importante. Então, contextos humanos difíceis e eventos traumáticos são fatores de risco, pois apesar de não a determinar, aumentam as chances de a depressão ocorrer. Por outro lado, ainda entre os fatores sociais, os ganhos indiretos atribuídos ao distúrbio podem contribuir para tornar crônica e agravar a depressão. Justificando-se como deprimidas, pessoas podem se acomodar, desistir de suas obrigações e justificar o parar de lutar e o arquivar projetos, passando para um papel de vítima. Assim, familiares e outros irão sentir pena, compaixão e perdoarão em vez de culpar. Resolver problemas dá trabalho, é preciso correr riscos e decidir gera dúvidas, medos e gasta energia. Muitas vezes, a pessoa não percebe que quando é seduzida por esses ganhos, ela tem perdas muito maiores à medida que para de construir e dirigir ativamente sua própria vida. Assim, em vez de procurar encontrar soluções para seus problemas, dúvidas e dores; afunda cada vez mais no meio deles, aumentando a própria depressão, fazendo-a crônica e talvez atraindo outras doenças. Muitos autores já demonstraram a interação entre mente e corpo e, assim sendo, uma mente cronicamente deprimida aumenta a probabilidade de disseminação de várias doenças. Com relação ao fenômeno citado que o gênero feminino é mais suscetível a depressão, a contribuição dos fatores sociais para tanto é considerada no sentido que geralmente as mulheres sofrem mais pressões sociais que os homens na vida familiar incluindo a sexualidade e na hierarquia social.
Concluindo, são fatores biológicos, psicológicos e sociais que quando combinados associadamente causam a depressão. Assim, a nenhum desses fatores isoladamente deve ser atribuído como causa única da depressão. Portanto, mesmo vivências traumáticas com grande sofrimento, isoladamente, não são consideradas causas de depressão, mas podem disparar o transtorno quando existirem outros fatores comitantemente. Então, o transtorno da depressão deve ser sempre tratado profissionalmente de forma multifatorial e multidisciplinar envolvendo os fatores biológicos, psicológicos e sociais para fazer frente ao conjunto de fatores causais associados.
É muito comum as pessoas perguntarem como é exatamente o trabalho dos psicoterapeutas, ou seja, o que fazem em especial os psicoterapeutas para o bem da saúde mental de seus clientes? Neste texto, procuro responder essa pergunta do meu ponto de vista, o que inclui a influencia da Abordagem Centrada na Pessoa no meu modo de atuar como psicoterapeuta e minhas percepções e observações da prática junto aos meus clientes. Acredito que a resposta que elaborei merece ser compartilhada com os colegas e interessados para ser criticada e aperfeiçoada. O objetivo aqui não é opor e nem trazer algo de muito diferente do que já foi dito pelos estudiosos da abordagem, mas argumentar e ilustrar a questão a partir da minha perspectiva experiencial. Procurei responder como faço o trabalho e qual efeito ele tem no cliente de uma forma próxima da experiência vivencial, tanto do meu ponto de vista quanto do que presumo que seja o ponto de vista dos clientes.
Nessa perspectiva, o meu trabalho como psicoterapeuta centrado na pessoa é principalmente agir como um facilitador para que o cliente experiencie, simbolize e expresse em profundidade. Aqui, experienciar significa perceber as sensações corporais pré-simbólicas (não racionalizadas, como um frio na barriga mediante ao perigo); simbolizar significa encontrar significado e identificar sentimentos para a experienciação, e expressar significa comunicar a simbolização, ou seja, os sentimentos identificados. Experienciar, simbolizar e expressar produz efeito terapêutico nos clientes de transformação de problemas, conflitos, sofrimentos e qualquer tipo de transtorno em algo mais digerível e assimilável. Dessa forma, a psicoterapia colabora com os processos naturais de cura e desenvolvimento da pessoa. Além disso, há diminuição da necessidade e urgência de praticar ativamente atos que podem ser agressivos contra si e contra outros, como também, redução da possibilidade de, passivamente e não conscientemente, gerar ou produzir doenças psicossomáticas. Já foi dito que quem simboliza não atua!
Assim, o meu norte como psicoterapeuta é colaborar com os meus clientes para que eles experienciem vivencialmente, simbolizem significativamente e expressem comunicando-me completamente seus sentimentos. Para tanto, busco me posicionar mediante meus clientes procurando aceitá-los incondicionalmente e estimulando a realização desses processos. Entendo que devo me posicionar facilitando esses processos vivenciais e, para tanto, busco oferecer aos clientes: aceitação incondicional (os clientes são incondicionalmente merecedores de respeito e solidariedade só por serem humanos, semelhante a mim mesmo); congruência (me apresento como um ser humano diferente do cliente, mas buscando ser coerente e verdadeiro comigo mesmo e com os clientes); e empatia (apesar das diferenças pessoais entre eu e os clientes, busco igualdade suficiente para compreende-los profundamente nas suas vivências e sentimentos. Procuro me posicionar como interessado e participante das experienciações, simbolizações e expressões dos meus clientes e, quando estes têm dificuldades nesse sentido, arrisco assumir o papel de tentar experienciar, simbolizar e expressar por eles, como se eu fosse os próprios clientes, numa tentativa de clarificar seus sentimentos para eles mesmos. Faço dessa forma para ajudar meus clientes a aprofundar suas vivências e sentimentos. Entendo que muitas vezes, mesmo quando eu não acerto ao me arriscar vivenciar e sentir no lugar dos clientes, essas tentativas geram neles estímulos para eles próprios irem mais fundo e aumentar a qualidade de suas experienciações, simbolizações e expressões.
Experienciar, simbolizar e expressar não muda os fatos, não cessa sofrimentos e não resolve problemas, embora saibamos que é comum surgir boas ideias solucionadoras em seguida, mas sempre transforma os sentimentos e os sofrimentos em algo mais digerível pelo organismo. Esses três processos conjugados funcionam como um tipo de analgésico e, aquilo que doía mais passa a doer menos e, com menos dor, fica mais fácil retomar controle, assumir responsabilidades e encontrar coragem para tomar decisões e a direção da própria vida. Essa postura de assumir responsabilidades, por sua vez, contribui com o aumento da força natural interior de superação e progresso. Assim, forma-se um “ciclo virtuoso” que, ao aliviar os sofrimentos, aumenta a possibilidade de superação, o que alivia ainda mais os sofrimentos abrindo maiores possibilidades para o bem estar. Embora sentimentos sejam tão particulares e individuais, experienciá-los, simbolizá-los e expressá-los em profundidade ajuda significativamente o processo de recuperação da saúde ou mesmo cura e do desenvolvimento de qualquer pessoa.